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Arquivo
NippoBrasil - Edição 074 - 12 a 18 de outubro de
2000
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Festas
típicas de Santa Catarina
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Oktoberfest,
Fenarreco, Marejada, Fenachopp, Tirolerfest, Schützenfest,
Festa do Imigrante, Kegelfest, Musikfest animam a Região
Sul
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(Fotos:
Reprodução / Divulgação)
No
mês de outubro, Santa Catarina transforma-se no melhor destino
turístico do País. Em diferentes pontos acontecem
simultaneamente uma dezena de festas típicas, de grande
e médio porte, que chegam a reunir quase dois milhões
de visitantes. São as chamadas Oktoberfestas que procuram
resgatar as tradições de alemães, italianos,
portugueses, poloneses, austríacos e outras etnias que
formaram a base do povo catarinense.
Tudo
começou há 16 anos quando Blumenau, cidade fundada
por imigrantes alemães no Vale do Itajaí, em 1850,
sofreu duas grandes enchentes (1983 e 1984). Para levantar o ânimo
da população local, foi criado um evento nos moldes
da famosa Oktoberfest de Munique, Alemanha, com muito chope, comida
típica e música folclórica. Já na
sua terceira edição, a festa caiu no gosto popular.
A partir de 1987 houve uma verdadeira explosão nacional,
quando o evento passou a chamar a atenção das pessoas
de todo o País.
O sucesso
da Oktoberfest de Blumenau foi o ponto de partida para o surgimento
de várias outras festas do gênero em todo o Vale
do Itajaí. Estava criado, assim, um verdadeiro circuito
de festas em Santa Catarina, quebrando a sazonalidade provocada
pelo turismo de verão. Os ingredientes do sucesso: muito
chope, comida típica e o ritmo contagiante das bandas,
algumas delas vindas diretamente da Alemanha.
Em
uma semana ou um pouco mais é possível visitar todas
as festas ou boa parte delas. Até porque as distâncias
entre uma cidade e outra não são grandes. Oscilam
entre no máximo 170 km e no mínimo 35 km e podem
ser acessadas por excelentes vias rodoviárias.
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O
charme irresistível da Oktoberfest
Blumenau
estará revivendo novamente, até o dia 22 de outubro,
o clima de sua festa maior, a Oktoberfest, pulsando no ritmo das
bandas típicas, vibrando nos acordes das marchas alemãs
e matando a sua sede com muito chope gelado. Mas estará
também saboreando seus pratos típicos, dançando
entre gente de todos os lugares e vendo sua história desfilar
em coloridos carros alegóricos no centro da cidade.
Mas
para quem não sabe, a Oktoberfest não é só
cerveja. É folclore, é memória, é
tradição. Durante os 17 dias da festa, os blumenauenses
mostram para o Brasil a sua riqueza cultural, revelada no amor
à música, à dança e à gastronomia
típica, além da preservação dos costumes
dos antepassados que vieram da Alemanha para firmar colônias
no Sul do País. Portanto, o modelo de sucesso, que faz
da Oktoberfest a segunda maior festa da cerveja do mundo, está
sendo mantida.
Até
a 16a edição, realizada em 1999, a Oktoberfest havia
registrado um público de 11,65 milhões de visitantes,
o que equivale a uma média de 730 mil pessoas por ano.
Neste período, o consumo de chope atingiu a marca de 7,3
milhões de litros. Ou seja, 458 mil litros por ano, com
um consumo médio de 0,63 litros por pessoa.
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Capital
da dança em ritmo de chope
A
Fenachopp Festa Nacional do Chope começou no dia
4, mas segue até o dia 23 de outubro em Joinville. Criada
em 1988, a festa procura preservar, através de sua programação,
algumas das tradições dos colonizadores de Joinville
e região, vindos da Alemanha, Suiça e Noruega. É
uma verdadeira celebração dos costumes daqueles
países, do beber chope e cerveja, das reuniões das
famílias em divertidos encontros com música, alegria
e descontração.
A Fenachopp
abre oficialmente o calendário das festas de outubro em
Santa Catarina. Diariamente o Choppwagen (caminhão
do chope) percorre as ruas da cidade acompanhado de dança
típica e personagens da festa, distribuindo o precioso
líquido para as pessoas e anunciando as atrações
da noite.
No
andar térreo da Expoville, tem animação para
quem prefere menos agito. As pessoas poderão assistir,
sentadas em torno das mesas, com serviço de garçons,
os shows dos grupos folclóricos de diferentes etnias. Ou
ainda dançar ao som das bandas que alternam apresentações
de músicas para todos os gostos.
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Tempero
português na Marejada
Para
reviver a riqueza cultural dos colonizadores açorianos
que se fixaram em quase todo o litoral de Santa Catarina, a cidade
portuária de Itajaí, na Foz do Vale do Itajaí,
promove todos os anos a Marejada Festa Portuguesa e do
Pescado. São 16 dias ao som de fados acompanhados de vinho
verde, bacalhau e lembranças do além-mar.
A festa
recebeu este nome inspirado no sobe e desce das marés a
que os pescadores chamam de marejada. Hoje, apresenta-se
como uma opção diferente no contexto das festas
típicas de Santa Catarina. Através dos traços
culturais, da qualidade dos produtos retirados do mar, do folclore,
da culinária típica e da exposição
realizada pelas indústrias de pesca, a Marejada é
tida como a maior festa portuguesa fora de Portugal.
Localizada
no centro das atrações turísticas de Santa
Catarina, Itajaí está a apenas 8 km de Balneário
Camboriú, 45 km de Blumenau, 30 km de Brusque e 90 km de
Florianópolis. É servida pelo aeroporto de Navegantes,
a três quilômetros do centro da cidade, com vôos
diários em conexão com as principais cidades brasileiras.
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Festa
Tiroleza
Treze
Tílias também integra o circuito catarinense das
festas de outubro com a Tirolerfest A Festa Tiroleza, que
neste ano comemora aos 67 anos da imigração austríaca.
O evento começou no dia 7 e dura até 15 de outubro,
quando o visitante terá a oportunidade de conhecer um dos
mais belos lugares de Santa Catarina.
Durante
os dez dias da festa, os visitantes poderão divertir-se
bebendo muito chope, provar a cerveja preta e degustar pratos
da cozinha austríaca. A animação fica por
conta do espírito alegre dos habitantes, mestres na arte
de bem receber, e no vigor das danças folclóricas
e dos cantos melodiosos herdados dos camponeses e lenhadores do
Tirol.
Uma
das mais peculiares atrações da Tirolerfest é
a exposição de artesanato e escultura em madeira
produzida pelos artesãos de Treze Tílias. Os 16
escultores da cidade produzem obras de diversos estilos e tamanhos,
tradição única trazida do Tirol. São
considerados os maiores e melhores escultores em madeira do Brasil,
principalmente obras sacras, a exemplo dos imensos anjos existentes
na catedral de Brasília.
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Tiro
ao alvo como diversão
Jaraguá
do Sul, município que detém a terceira economia
de Santa Catarina, entra no circuito das festas catarinenses com
a Schützenfest A Festa dos Atiradores. A cidade, que
respira trabalho e dinamismo, também se diverte buscando
resgatar as tradições das festas dos atiradores,
com suas competições esportivas de tiro-rei e tiro-rainha,
os desfiles alegóricos e os grandes bailes animados por
bandas típicas da região e da Alemanha. Tudo isso
regado a muito chope e delícias da culinária alemã.
As
bandas típicas e os grupos folclóricos da região
têm espaço diário nos pavilhões da
Schützenfest. São belos espetáculos que o público
assiste, vibra e aplaude. Apesar de diferente, a festa é
uma das mais autênticas manifestações dos
descendentes alemães. Neste ano, teve início no
dia 6 e vai até 15 de outubro, ocupando três pavilhões
do Parque de Eventos de Jaraguá do Sul.
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Fenarreco,
uma festa para dar água na boca
Brusque consolidou-se no roteiro das festas catarinenses
por um motivo muito especial: fez da mais apreciada iguaria da
culinária típica alemã a sua festa. É
a Fenarreco Festa Nacional do Marreco, que todos os anos
reúne milhares de visitantes para conhecer e degustar o
famoso Ente mit Rotkohl , ou simplesmente marreco
com repolho roxo. Especialidade brusquense, o marreco exige muitos
cuidados no preparo e transformou a Fenarreco na maior festa típica
de Santa Catarina na área de gastronomia.
A tradição
manda que o preparo do marreco seja feito em forno de lenha para
apurar o sabor e assar por inteiro. O tempero leva muitas ervas
e o recheio é feito com moela, fígado, coração,
farinha de rosca e de trigo. O prato sempre é servido com
um bom caneco de chope gelado.
Neste
ano, a Fenarreco vai acontecer em três etapas. A primeira
aconteceu do dia 6 a 8 de outubro, mas ainda dá tempo de
conferir as outras etapas: 11 a 15 e de 19 a 22 de outubro. Tempo
suficiente para conhecer e apreciar o melhor das tradições
germânicas de Brusque, os desfiles alegóricos, as
apresentações dos grupos folclóricos e bandas
típicas, além de divertidos personagens símbolo
da festa, como a Família Fenarreco. Paralelamente,
acontecerá a Motorreco, encontro de motos que deverá
reunir cerca de 1500 motoqueiros de todo país.
Bocha
e bolão
A Kegelfest Festa Nacional do Bolão,
foi criada há onze anos em Rio do Sul para resgatar, preservar
e divulgar a cultura e as tradições dos imigrantes
alemães e italianos do Alto Vale do Itajaí. Trata-se
de uma típica confraternização entre os habitantes
da região, turistas e aficcionados desse esporte, que entre
os italianos é conhecido como jogo de bocha.
Esporte
e tradição se fundem quando o assunto é bolão.
O jogo nasceu na Europá, ainda na Idade Média, e
foi trazido para o Brasil pelos imigrantes. Hoje, os bolonistas
se agrupam em torno da cancha para contar histórias, disputar
pequenos torneios e, principalmente, beber cerveja entre amigos.
A Festa
Nacional do Bolão deste ano já está acontecendo
desde o dia 6, mas ainda pode ser conferida nos dias 11, 12, 13
e 14 de outubro. Como nos demais eventos, não vai faltar
comidas típicas, concursos de tomadores de chope no pino
e bailes diários com bandas típicas alemãs.
Haverá ainda competições de bolão
entre equipes de vários Estados.
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