(Fotos:
Reprodução / Divulgação)
Depois
de seis horas de viagem em uma van, 12 turistas paulistanos chegam
a Tarituba, uma aldeia de pescadores localizada a 34 quilômetros
de Paraty, no Rio de Janeiro. É de lá que sai o
barco em direção à paradisíaca Ilha
do Breu. São 2h30 da manhã. A travessia leva 15
minutos e tudo está escuro. O marinheiro liga a lanterna
como sinal de que a tripulação está chegando.
Alguém na Ilha acende uma outra luz. O guia que acompanha
os turistas anuncia: Bem-vindo à Ilha do Breu. No
momento, vocês não vão enxergar muita coisa,
mas pela manhã terão uma surpresa. Descobrirão
o que é beleza e tranqüilidade. Ainda desconfiados,
os visitantes recebem o anúncio com reservas afinal,
todos os destinos turísticos se autodenominam paraíso.
Mas antes de retornar ao continente, eles poderão comprovar
que nesse caso, a expressão se encaixa perfeitamente. De
fato, existe um Jardim do Éden no meio do mar. Esse lugar
é a Ilha do Breu.
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Reserva
ecológica
Com
10 mil metros quadrados de extensão, a Ilha do Breu é
uma reserva ecológica particular. Pertence ao administrador
de empresas Márcio Gouveia desde 1979, quando ele conseguiu
um documento da União proprietária das Ilhotas
garantindo a sua posse, graças às melhorias
que ele havia realizado na área. Em troca, tem de defender
e preservar o seu pedaço de terra. Márcio é
um paulistano cansado da vida estressante da cidade e que, na
primeira oportunidade que teve, resolveu vender a casa e a empresa
para realizar seu sonho de adolescente de morar numa ilha. É
ele quem cuida, protege e preserva a área com vegetação
típica da Mata Atlântica. Foi responsável,
ainda, pelo aumento da extensão de terra, colocando 630
caminhões de areia, pela construção de 12
chalés e três cabanas (com capacidade para até
60 pessoas), um bar e um amplo restaurante. Além disso,
trouxe água encanada do continente por meio de tubos submersos
com extensão de 1.500 metros.
É
uma estrutura que não deixa a desejar. Por esse motivo,
em 1992 Márcio abriu as portas de sua casa aos turistas
e a Ilha do Breu passou a ser mais uma opção para
quem gosta de conhecer novos lugares. Atualmente, há cerca
de oito funcionários no local, cuidando do bem-estar de
quem chega. São arrumadeiras, cozinheiros, marinheiros,
entre outros. E um detalhe, a energia não faz falta. Num
clima de romantismo, os candelabros e lampiões a gás
cumprem perfeitamente a tarefa de iluminação. A
água do chuveiro sai quente e as geladeiras também
a gás garantem as bebidas bem geladas. Como não
há eletricidade, os drinques são preparados sem
o liqüidificador. Um dos destaques é a batida de pitanga,
com frutas colhidas de pitangueiras que embelezam o local.
Portas
e janelas abertas
E beleza
é o que realmente não falta. Os avisos do guia começam
a ter credibilidade, pois logo de manhã os visitantes têm
uma surpresa. Ao acordar, quem olha pela janela do quarto tem
um cenário de causar inveja. Os turistas que não
conseguiam enxergar muita coisa durante à noite, começam
a descobrir a Ilha do Breu. Basta sair do chalé para perceber
que está dividindo o espaço com animais, como pavões,
faisões, bichos-preguiça, flamingos, e até
micos-leões-dourados, que se transformam na atração,
já que aparecem no café ou na hora do almoço
para conquistar qualquer pedaço de fruta ou doce. Depois
é preciso passar por deques de madeira e vidro, que permitem
a visão do mar sob os próprios pés. Lá
também estão as tendas, espreguiçadeiras
e guarda-sóis que costumam acomodar os visitantes dos veleiros,
lanchas e iates que ancoram ao redor para uma esticada de pernas
na ilha. Há, também, uma prainha com água
quente e transparente, onde muitos mergulham para ver corais e
a rica fauna marinha.
Existem
várias outras opções para quem deseja viver
seu lado de explorador. A ilha é um ponto de
ligação para outros passeios. Há um barco
disponível para levar os visitantes a outras praias, cachoeiras,
para praticar mergulho, fazer trilhas, andar de banana-boat.
Mas
para Márcio, o maior entretenimento é não
fazer nada. A Ilha do Breu é para você descansar,
pois não passa ônibus na porta, não tem muro,
campainha, televisão, comenta. Um lugar perfeito
para quem está à busca de tranqüilidade, principalmente
porque não é preciso ter preocupações
com assaltos. Não existem chaves e os turistas dormem com
portas e janelas totalmente abertas. E nem é preciso utilizar
repelentes. Não há mosquitos e pernilongos no local.
É realmente um verdadeiro paraíso.
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