(Fotos:
Reprodução / Divulgação)
O
que mais chama a atenção é que as casas e
os pequenos edifícios têm arquitetura típica,
com telhados, portas e janelas decorados. É o estilo bávaro,
herança dos colonos alemães e italianos. Janelas
bay window, largas e geométricas, permitem a entrada de
luz nas residências. Os moradores cultivam os jardins com
paciência de Jó. Mesmo no inverno rigoroso, há
flores no gramado, nas calçadas e floreiras, dos mais variados
formatos e cores. São cravinas, begônias, rosas,
amores-perfeitos, azaléias, lírios, margaridas,
flores-do-campo e, finalmente, as hortênsias.
Estas
flores viraram um dos símbolos locais e estão por
toda parte. Em novembro e dezembro, elas dão um tom azul
aos cartões-postais da cidade. Mesmo quando não
estão floridos, os arbustos de hortênsias, com folhas
verde-escuras, largas e serrilhadas, se destacam até na
estrada que leva à Gramado.
É
uma celebração da natureza, muito elogiada pelos
turistas, que também encontra eco no Lago Negro, um lago
artificial de águas escuras, inspirado na Floresta Negra
alemã e projetado para ser um eterno campo de lazer. Além
de caminhar em volta do lago, observando os ciprestes e álamos
árvores importadas direto da Europa -, é
possível andar de pedalinho, com a sensação
de estar curtindo uma típica paisagem estrangeira.
Outras
atrações são bem representadas pelo Mini
Mundo uma réplica em miniatura de uma cidade alemã
e a Aldeia do Papai Noel, um pequeno parque onde o visitante
conhece a casa do bom velhinho em qualquer época do ano.
É um chalé adaptado que abriga todos os apetrechos
do estilo de vida de Noel. O ingresso para estes dois lugares
custa em média R$ 4 por pessoa.
PÓRTICO
E CINEMA
Tem-se
a impressão que Gramado é um lugar especial já
na entrada da cidade ao ver o famoso pórtico, feito de
basalto em estilo italiano, com bandeiras e letras góticas
anunciando com orgulho o nome da cidade.
O turista
também encontra uma saborosa comida típica. Rodízios
de foundue, restaurantes alemães e italianos e muito café
colonial fazem a alegria dos gastrônomos. Pode-se comer
fartamente em algumas casas que apresentam ao turista uma variedade
enorme de queijos, pães, cafés, chocolates, sucos,
frios, vinhos. Doces que não têm fim: tortas, bolos,
doces, sobremesas, biscoitos, cremes, uma aflição
para os gordinhos. Mas uma delícia para os apreciadores
de chocolate. Há quatro marcas que produzem deliciosos
chocolates artesanais e deliciosas variações como
trufas e bombons. O artesanato que a região produz não
podia deixar de seguir a linha colonial, como os móveis,
por exemplo. De madeira escura, jogos de quarto, sala de jantar
são feitos para durar anos.
Tudo
pode ser encontrado no centro que tem como eixo principal a Avenida
Borges de Medeiros. Desde novembro, uma rua coberta foi montada
especialmente para o comércio natalino.
Mas
se o interesse às vezes tende para o etéreo, vale
a pena dar uma olhada em duas igrejas que servem aos fiéis
de Gramado. A igrejinha de pedra escurecida, bem na avenida central,
atende aos católicos, já a outra, evangélica,
ou a igreja do reloginho como é conhecida,
fica no alto de um pequeno morro e é cercada de araucárias
e arbustos de hortênsias.
POTENCIAL
TURÍSTICO
Gramado
não permite edifícios com mais de quatro andares.
Com 34 mil habitantes, a terra do Festival de Cinema quer manter
o ar de cidade pequena, sem se incomodar com o progresso da grande
Porto Alegre. O comércio também sabe administrar
o seu potencial turístico, absorvendo o que o setor traz
de bom: empregos e desenvolvimento. Este é só o
começo. Há ainda mais de 100 restaurantes registrados
na cidade de Gramado. A região de Gramado que é
vizinha a Canela, apenas a 7 quilômetros de distância,
tem uma grande rede de hotéis com disponibilidade para
5.800 leitos com previsão para que o número dobre
num período de dois anos, estrutura necessária para
acomodar os turistas.
Com
temperatura atingindo 2 graus negativos no inverno, os colonos
europeus adaptaram-se bem à região e puderam manter
o estilo de vida quase camponês, mantendo pequenas propriedades
rurais, com gado leiteiro e plantações modestas.
Mas
foi um forasteiro que, apostando no potencial turístico
de Gramado, multiplicou os dotes daquela pequena cidade, arquitetando
belíssimos lugares, como o Lago Negro. O agrimensor Oscar
Knorr também foi o responsável pela difusão
das hortênsias pela cidade. É no Lago Bier, outro
lago artificial projetado por Knorr, que acontecem apresentações
na época do Natal, com concertos e apresentações
de coral.
Neste
momento, os turistas estão comprando presentes de fim de
ano, enquanto os filhos passeiam de trenzinho. Provavelmente,
devem estar fascinados com a quantidade admirável de papais-noéis,
renas, pinheirinhos e bibelôs dourados e multicoloridos
do comércio, mas não vêem a hora da noite
chegar para encher os olhos com o brilho das luzes natalinas.
Todas as casas têm luzes, os postes, os vasos, os canteiros
e a praça principal. Se nevasse em dezembro o clima ficaria
completo.
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