Chapada Diamantina, no coração da Bahia, a
cerca de 400 km de Salvador: região serrana com cachoeiras
de águas cristalinas
|
(Nicolau Kietzmann
/ Divulgação / Arquivo Nippo)
Quem acha
que a Bahia é só litoral e carnaval está
enganado. A aproximadamente 400 quilômetros da costa, o
Parque Nacional da Chapada Diamantina está localizado no
centro do estado e traz várias opções para
os turistas que procuram interagir com a natureza.
Abrangendo
os municípios de Lençóis, Andaraí,
Palmeiras, Ibicoara e Mucugê, o parque ocupa uma área
de 152 mil hectares com relevo de planícies e serras escarpadas,
reunindo cânions, vales profundos criados pela ação
milenar dos ventos e das águas que esculpiram enormes paredões
abruptos, a maior característica do parque.
A Chapada
viveu seu tempo áureo a partir de 1820, quando os naturalistas
alemães Spix e Martius descobriram jazidas de diamante.
Diziam que a região era tão farta da pedra que podia
ser encontrada até nos papos das galinhas.
Durante o
ciclo do diamante eclodiram dezenas de vilarejos e muitas comunidades
foram desenvolvidas. Com a queda da extração, a
região voltou a ser pacata, atraindo turistas do mundo
todo que procuravam paz e interação com a natureza.
Hoje, a Chapada
sobrevive apenas do ecoturismo, com muitas pousadas que variam
de preço e qualidade. A maioria delas é de propriedade
de pessoas que foram conhecer o local e decidiram ficar por lá.
Uma das pousadas mais simpáticas é a Canto das Águas.
Nos quartos há ar-condicionado, frigobar, TV e fora tem
uma piscina que lembra um oásis.
|
Conhecendo a Chapada
Cachoeira dos Cariocas: água cristalina
O parque
oferece oportunidade para todos os tipos de visitante, desde aquele
que quer descansar e contemplar a paisagem até o que prefere
praticar esportes radicais e fazer longas travessias, com camping
selvagem, que podem durar até sete dias.
Com 340 metros de queda livre, a água da Cachoeira
da Fumaça se evapora quando chega ao chão
|
Um dos passeios
mais tradicionais na Chapada é, sem dúvida, a Cachoeira
da Fumaça, com 340 metros de altura. Quando a água
chega próxima ao chão, vira vapor, deixando uma
imagem que parece fumaça. Outra opção para
visitação é o Morro do Pai Inácio,
com um mirante que possibilita uma visão de 360 graus dos
morros e serras ao redor.
O que o visitante
não deve deixar de conhecer é o Poço Encantado,
que, durante o período de maio a setembro, pode ver o sol
entrar por um buraco e formar um feixe de luz até o fundo
do poço, que está dentro de uma caverna. O melhor
mês para visitar o Poço Encantado é julho.
Pelos
arredores
A Gruta do
Lapão, a maior caverna de quartzo das Américas,
é a opção para quem estiver hospedado na
pequena cidade de Lençóis, bastante visitada por
turistas por ser a mais próxima do parque.
Se o assunto
for uma bela caminhada, não perca a do Vale do Capão.
Ela começa em Lençóis e dura cerca de oito
horas, mas é preciso um certo preparo físico. Quem
quiser, também pode pegar uma carona e ir direto ao Vale,
que é igualmente interessante.
Se o visitante
optar pela caminhada, não vai se arrepender. Já
no começo, logo após uma pedreira, poderá
ver um antigo garimpo, o Estrela do Céu, que ganhou esse
nome por ser muito rico em diamantes. Em todo o percurso, os rios
e riachos de água cor de ocre irão refrescar a longa
caminhada e tornar o passeio muito agradável.
No fim da
trilha, uma surpresa: um enorme vale, que chega a dar um frio
na barriga. E a gente questiona se realmente vale a pena viver
em uma grande metrópole. Lá existe uma casa bem
simples, onde será fácil comprar livros místicos,
cristais e ainda curtir uma massagem para descansar e relaxar
depois de um dia caminhando.
|