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Caderno Entrevista

De olho na seleção e na Copa de 2014
Desde 2005 na J.League, o treinador baiano, que tem o respeito dos nipônicos, sonha em comandar o Japão no Mundial que ocorrerá no Brasil
 

Chamusca levou o Oita Trinita ao título da Copa Nabisco no final do ano

Quem é Péricles Chamusca
Formado em Educação Física, Péricles Chamusca não foi jogador profissional. Apesar de ter feito parte da equipe juvenil do Vitória, da Bahia, seu ofício sempre foi fora das quatro linhas. Tanto que, em 1987, com apenas 22 anos, já trabalhava no departamento das categorias de base do Bahia.

Em 95, já à frente do Vitória, era o mais jovem treinador do Brasil a dirigir uma equipe da Primeira Divisão do Brasileiro, com 29 anos. Seu grande momento, no entanto, foi em 2002, quando levou o Brasiliense à final da Copa do Brasil contra o Corinthians, ocasião em que acabou ficando com o vice-campeonato.

Em 2004, porém, Chamusca finalmente conseguiu o título da competição, ao levar o Santo André a bater o Flamengo na decisão em pleno Maracanã. No mesmo ano, transferiu-se para o São Caetano, onde ficou até o final da temporada.

No começo de 2005, Chamusca foi comandar o Goiás, clube pelo qual disputou apenas parte do primeiro semestre, quando passou a dirigir o Botafogo do Rio de Janeiro. Desde agosto de 2005, é treinador do Oita Trinita.

(Reportagem: Luis Yuaso / ipcdigital.com | Foto: Kyodo)

Em 2005, Péricles Chamusca resolveu mudar completamente o rumo de sua carreira. Após despontar no futebol brasileiro como um dos técnicos mais promissores de sua geração, o baiano, que tem 43 anos, aceitou um convite do desconhecido Oita Trinita. Um clube que, se não era pequeno, nunca havia tido destaque no Japão.

A escolha, no entanto, nunca despertou arrependimentos no treinador. E ele foi recompensado. Em quatro anos à frente da equipe, Chamusca tem conduzido o Oita a uma posição de destaque no cenário japonês. Provas disso são os resultados da última temporada: além da boa quarta colocação na classificação final da J.League, o Oita abocanhou o título da Copa Nabisco, a primeira grande conquista da história do clube.

Graças aos resultados, ele passou a ser cotado até mesmo para assumir o comando da seleção japonesa. Convite que diz esperar ansiosamente: “Eu me sinto pronto para realizar esse trabalho”, afirma. Embarcando na onda, a editora Kodansha vai lançar, em fevereiro, um livro do treinador intitulado O mágico Chamusca.

Coincidência ou não, duas das publicações da empresa tiveram outros técnicos como autores: o japonês Takeshi Okada e o brasileiro Zico. Este último dirigiu o Japão na Copa de 2006, enquanto o primeiro, além de comandar a equipe na Copa de 1998, é o atual treinador da seleção nipônica.

Se Chamusca de fato assumir a seleção japonesa, seria o terceiro brasileiro a fazê-lo. O primeiro foi Paulo Roberto Falcão, no princípio da década de 90, antes mesmo da profissionalização do futebol no país. Zico comandou o escrete nipônico após a saída do francês Phillipe Troussier em 2002.

Em entrevista exclusiva ao International Press, Chamusca fala de sua vida no Japão, do futebol praticado na J.League e, é claro, do sonho de dirigir a seleção.

 
Entrevista

O Oita Trinita conquistou a Copa Nabisco e passou a temporada brigando pelas primeiras posições da J. League. Você acha que 2008 foi seu melhor ano no Japão?
Na verdade, estamos em evolução. O primeiro ano foi o de afirmação do trabalho. Quando cheguei, a situação era diferente. Era meio de temporada e o time estava na zona de rebaixamento. A equipe estava há 12 jogos sem ganhar e, após minha chegada, fizemos sete partidas com seis vitórias e um empate. A partir daí, em 2006, ficamos entre os oito, o que, para o clube, foi um resultado muito bom, já que o Oita sempre brigou para não cair. Em 2007, o primeiro semestre não foi muito bom, mas acertamos a equipe no final da temporada e montamos uma base forte para 2008, quando os jogadores japoneses, estrangeiros e recém-contratados se encaixaram.

Você foi vice-campeão da Copa do Brasil em 2002, com o Brasiliense, campeão em 2004, com o Santo André, e, agora, em outra copa com o Oita. Você se considera um “técnico copeiro”?
Encaro todo jogo como decisivo. Por já ter vencido títulos desse tipo no Brasil, os jogadores sentem-se mais confiantes e essas conquistas ajudam a alimentar o ambiente ideal para o torneio. Além disso, o momento da equipe foi primordial, já que superamos muitas dificuldades, como lesões de vários jogadores importantes.

A adaptação ao país foi tranquila?
Eu me adaptei a tudo: ao trânsito, ao volante do lado direito, à comida. Além disso, eu me adaptei à postura dos japoneses e gostei da segurança que a gente sonha em ter no Brasil.

Você era muito especulado no Brasil há três, quatro anos, e, agora, seu nome já não é lembrado com tanta frequência. Em algum momento, você se arrependeu de ter optado por trabalhar no futebol japonês?
Nunca. Conheci a excelência de organização da J. League e me adaptei às questões táticas, com o jeito do japonês trabalhar. No Brasil, trabalhava com um nível de pressão mais alto com o jogador. No Japão, é mais incentivo, apoio. Para lidar com o atleta japonês, tem que ser diferente e eles são muito disciplinados taticamente. Fica fácil trabalhar essa parte e o formato da J.League também ajuda. Nunca consegui fazer um trabalho como o que faço no Japão no Brasil, com esse nível de detalhe. Eu me senti encaixado nessa realidade.

Você acha que a J. League está no mesmo patamar das principais ligas européias?
Não no mesmo patamar. Mas, taticamente, o nível da J. League é muito alto. Você consegue executar a tática de uma maneira boa.

E qual país está na frente taticamente?
Hoje, é tudo muito nivelado. Até o Brasil, que sempre deixou a parte tática como aspecto secundário, passou a dar mais valor a isso. Atualmente, o futebol tem que ser sistematizado. Não dá para depender só da criatividade. É claro que o mais importante é a adaptação do esquema aos jogadores e à equipe. Não dá para o Brasil jogar taticamente como a Itália ou a Inglaterra. Bola longa, cruzamento... Quando falo parte tática, falo em usar as características dos jogadores para montar um esquema. Hoje, jogar com três atacantes não quer dizer que a equipe é ofensiva. O tipo de movimento é que define. A numeração não é tão importante. Um esquema 4-5-1, por exemplo, tem um na frente e cinco com possibilidades de infiltração.

Você é sempre especulado para assumir o comando da seleção japonesa. Como lida com isso?
Até fiquei surpreso, porque cheguei pouco antes da Copa da Alemanha e existe aquela fase de transição, troca de comando técnico nas seleções e meu nome foi lembrado pela própria organização da J. League. E também já expressei isso: meu objetivo, agora, é dirigir a seleção. Eu me encaixei bem no futebol japonês e me sinto pronto para realizar esse trabalho. O que sempre falo para os meus jogadores é que temos que buscar sempre o topo e o topo para um técnico é a seleção. Conheço os jogadores e tenho até uma forma com a qual a equipe poderia jogar.

Essa especulação não atrapalha seu dia-a-dia no Oita?
Não. O foco aumenta, a motivação aumenta. Uma coisa importante para dirigir a seleção é manter bons resultados. Conquistamos um título agora e tenho que ter uma temporada boa em 2009, boa em 2010, e, aí sim, existe uma possibilidade concreta de eu assumir a equipe. Minha idéia é dirigir o Japão na Copa do Brasil (em 2014). O Japão vai jogar em casa (risos).

Depois de anos no Japão, você pensa em voltar ao Brasil?
Penso. Depois de conquistar meus objetivos, como dirigir uma seleção, quero ter a oportunidade de voltar ao Brasil. Mas em um clube que tenha projeto, uma proposta boa de trabalho e que esteja nos padrões aos quais eu esteja habituado no Japão.

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